A escola vive um novo tempo. Um tempo em que novas tecnologias trazem novos elementos e problemas. Necessário é pensarmos em treinamento e qualificação para atendermos aos anseios, necessidades e medos dessa geração atual.
Abaixo disponibilizo um trecho do artigo " A importância da tecnologia na educação e na formação dos docentes"
BECHER, Geni Caetano Pinheiro
Pitanga/PR-CEP: 85.200-000
Pedagogia
PDE – Programa de Desenvolvimento Educacional
Orientadora: Mariulce Leineker.
A Importância da Tecnologia para a Aprendizagem
"As novas tecnologias trazem ao cenário escolar, novos elementos e
problemas, novas demandas por matérias e equipamentos, por treinamentos e qualificação.
Surgem novas necessidades, anseios e medos.
Dias (1999, p. 65)(...) Mais do que nunca, ao
professor não caberia mais o papel de disciplinador e de vigilância, mas
sim, o de mediador, promovendo desafios constantes ao aluno. (...) Sem
a interferência direta do educador como gerenciador de situações
estimulantes de aprendizagem, o educando tenderia a tornar-se um agente
passivo dento da sociedade, apenas reproduzindo instruções sem
compreender o que realmente está fazendo.(...) As
fronteiras entre diferentes áreas do conhecimento devem ser mais permeáveis. Papert (1993) apresenta uma incansável militância em prol da inserção da
tecnologia a serviço da solidariedade social. De acordo com ele, “A opção pela tecnologia
pura pode ampliar a sede pelo poder, que é destrutiva”. (PAPERT, 1993, p. 56).
Contudo, pode-se dizer, que não são apenas os processadores dos computadores
que mudam rapidamente, mas também os processamentos e metabolismos dos seres
humanos.
Diante disso, não se trata de tentar visualizar o perfil da sociedade apenas de
hoje, tanto no que se refere à economia, quanto na política, nas artes e na tecnologia, mas,
correlativamente, apreender a fisionomia do sujeito implicado nela. Trata-se de uma
complexa trama implícita no processo de construção do conhecimento tecnológico que
norteia o mundo.
Compete, portanto, aos professores conhecer essa questão, para adequar
posturas e métodos a um modelo que coincide com práticas educativas atuais e com a
inclusão de novas tecnologias de informação e comunicação.
Com a inclusão sócio-educativa, a mediação adquire um caráter de grande
importância, uma vez que situa três questões imprescindíveis no processo de construção do
conhecimento: o aluno, como sujeito que aprende; o professor como mediador; a cultura, os
signos como ferramentas a serem empregadas.
Sendo assim, de acordo com Vygotsky (1987), o princípio que regula a
dinâmica implícita nessa trama conceitual é a interação social. Trata-se de um modelo
pertinente em tempos de educação inclusiva, onde a interação é o princípio essencial. De
acordo com o autor, se o conhecimento é múltiplo, variado, não estanque; se o processo de
transmissão de ensinamentos não se restringe às escolas, mas se dilui
pelas malhas da rede social, é de grande importância que se repense todo o
processo de formação de professores, em diferentes níveis, para atuar no
contexto dessa sociedade do conhecimento. É fundamental que as Políticas
Públicas estejam comprometidas com os processos formativos, com os
recursos advindos das novas tecnologias, preparando o educador para uma
atitude aberta perante o mundo, pronto para aceitar o novo e a
promovê-lo, ajudando a desenvolver nas pessoas com quem se relaciona
um processo de subjetivação autônomo e singular; em outras palavras, o
educador deve estar preparado para o principal desafio que se lhe coloca
hoje, que é o de produzir novas potencialidades. (VYGOTSKY, 1987, p. 71)
Isso requer mudança de paradigmas, movimento, busca de aproximações
com linguagens contemporâneas, com novos domínios, com as novas tecnologias da informação e comunicação, que são capazes de produzir mudanças nas práticas
pedagógicas.
Significa, no entanto, como menciona Freire (1971), não perder de vista o
caráter provisório do conhecimento, suas possibilidades emancipatórias e democratizantes,
que incluem considerações sobre distintos contextos sociais. A interlocução é a chave para
abrir portas na subjetividade conformista, ao insistir que os homens são essencialmente
sujeitos de comunicação.
O desafio que se impõe é o estudo dos meios de comunicação, incorporando
as manifestações da cultura e as novas tecnologias da informação como partes integrantes
do currículo, nas diferentes áreas do conhecimento. A educação deve-se aproximar desses
lugares culturais, nos quais as crianças e os jovens, assim como os adultos encontram hoje
muitas de suas referências. O desenvolvimento tecnológico de nossos tempos acarreta
mudanças no desenvolvimento cognitivo, social, comunicacional e cultural dos sujeitos
envolvidos no processo educativo.
Segundo Oliveira (2001):
Para que haja comunicação é necessário um entendimento do sistema que
é o conjunto de partes integrantes e interdependentes que, conjuntamente,
formam um todo unitário com determinado objetivo, efetuando determinada
função. O dado é qualquer elemento identificado em sua forma bruta que,
por si só não conduz a uma compreensão de determinado fato ou situação.
Portanto, a informação é o dado trabalhado que permite ao educador, tomar
decisões. (OLIVEIRA, 2001, p. 36)
A sociedade contemporânea requer a formação global dos indivíduos, para
que ocorra a adaptação às rápidas mudanças tecnológicas. O ser humano de nosso tempo
necessita dominar conceitos básicos de aprendizagem, exercitar outros conceitos básicos
que incluem a ética e a cidadania. Deve ter o direito assegurado para utilizar novas
tecnologias de informação, hoje consideradas como imprescindíveis no processo de
construção do conhecimento.
De acordo com Lévy (1993), é possível delimitar três grandes momentos da
história do conhecimento, marcadas por suas tecnologias específicas. O primeiro refere-se
ao pólo da oralidade primária, típico do momento civilizatório em que a humanidade ainda
não dominava as tecnologias da escrita. O conhecimento era transmitido pela palavra,
momento esse designado como mitológico.
O segundo refere-se ao pólo da escrita, com todo o impacto que essa
tecnologia gera sobre o saber humano. O terceiro é o pólo midiático-informativo, no qual adentramos na segunda
metade do século XX.
Esse último vislumbra possibilidades para o conhecimento de modo veloz.
Pode-se afirmar que a oralidade engendra um saber do tipo narrativo, baseado na
ritualidade; a escrita apresenta um saber próprio, baseado na interpretação. A informática
possibilita um saber operacional, baseado na simulação através de modelos, ou de
previsões.
A teia de informações que emerge das tecnologias de comunicação
acrescenta novas terminologias e permite compreender, conceituar um dos eixos
imprescindíveis no processo de construção do conhecimento, bem como no ensino e na
aprendizagem: o pensamento em rede.
Conforme Castells (1999) trata-se de uma interface estruturada em pólos,
com diferentes funções, que são: a produção ou composição de dados, a transmissão digital
e as funções de armazenamento. Esses pólos funcionam como complexos de interface para
o processo de aprendizado em rede, ou seja: a capacidade de estabelecer conexões
simultâneas em uma dinâmica de recepção, tratamento dos dados pela reflexão e a
transmissão de novos dados que se compõem pelo aprendizado de novas argumentações. (...) Questiona-se então como não integrar as tecnologias e não ressignificar os
paradigmas do processo ensino e aprendizagem, se a própria condição humana está sendo
influenciada na sua amplitude pelas novas tecnologias e suas possibilidades. O processo de
construção do conhecimento, de acordo com as novas tecnologias, considera as
características de flexibilidade e de virtualidade.
Assim, pensando nessas questões, entende-se que o processo educativo
atualmente passa pela interface da relação homem-técnica. Segundo Perrenoud, (2000), na perspectiva pedagógica, a importância das novas tecnologias da informação e da
comunicação está além dos interesses econômicos para o ser humano.(...) Ao falar nas novas tecnologias é importante referir que a maioria da
população, no Brasil, ainda possui acesso restrito, ou nenhum acesso a elas. Não se pode
deixar de considerar as novas iniciativas públicas atuais que, em um tempo breve,
possivelmente, sejam capazes de democratizar plenamente o acesso, criando novas
oportunidades e possibilidades de consumo de tecnologias.
A sociedade em que vivemos afastou-se da sociedade industrial ao construir
a sociedade da informação, ou, mais especificamente, a sociedade do conhecimento. O
contexto associa características de revisão contínua, um grau crescente de complexidade.
Conhecimento e educação passam a exercer um novo fascínio.
As tecnologias da informação devem estar presentes não apenas na
educação, mas em outras esferas da vida humana. Não é a tecnologia que determina a
sociedade; a sociedade é que escreve o curso da transformação tecnológica, uma vez que o
processo de descoberta científica possibilita à sociedade entender diferentes
representações implícitas nas ferramentas tecnológicas.
As novas tecnologias da informação resultam da integração de possibilidades
técnicas que já experimentamos, e que permitem a ressignificação de práticas já superadas,
bem como o incremento da rapidez no processo de informações, a codificação e a
transmissão da informação graças à digitalização, ao cabo óptico e aos satélites.
Portanto, pode-se dizer que na realidade, o mundo contemporâneo exige
mudanças na formação dos indivíduos. É necessário redefinir as funções da escola,
adequando os saberes transmitidos e construídos às necessidades e demandas da
sociedade atual."
Participando do debate:
Para você professor, qual a importância da tecnologia e informática na educação?
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