sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Tecnologia e Aprendizagem


A escola vive um novo tempo. Um tempo em que novas tecnologias trazem novos elementos e problemas. Necessário é pensarmos em treinamento e qualificação para atendermos aos anseios, necessidades e medos dessa geração atual.  

Abaixo disponibilizo um trecho do artigo " A importância da tecnologia na educação e na formação dos docentes"

BECHER, Geni Caetano Pinheiro Pitanga/PR-CEP: 85.200-000
 Pedagogia PDE – Programa de Desenvolvimento Educacional
 Orientadora: Mariulce Leineker.


A Importância da Tecnologia para a Aprendizagem 

"As novas tecnologias trazem ao cenário escolar, novos elementos e problemas, novas demandas por matérias e equipamentos, por treinamentos e qualificação. Surgem novas necessidades, anseios e medos. Dias (1999, p. 65)(...) Mais do que nunca, ao professor não caberia mais o papel de disciplinador e de vigilância, mas sim, o de mediador, promovendo desafios constantes ao aluno. (...) Sem a interferência direta do educador como gerenciador de situações estimulantes de aprendizagem, o educando tenderia a tornar-se um agente passivo dento da sociedade, apenas reproduzindo instruções sem compreender o que realmente está fazendo.(...) As fronteiras entre diferentes áreas do conhecimento devem ser mais permeáveis. Papert (1993) apresenta uma incansável militância em prol da inserção da tecnologia a serviço da solidariedade social. De acordo com ele, “A opção pela tecnologia pura pode ampliar a sede pelo poder, que é destrutiva”. (PAPERT, 1993, p. 56). Contudo, pode-se dizer, que não são apenas os processadores dos computadores que mudam rapidamente, mas também os processamentos e metabolismos dos seres humanos. Diante disso, não se trata de tentar visualizar o perfil da sociedade apenas de hoje, tanto no que se refere à economia, quanto na política, nas artes e na tecnologia, mas, correlativamente, apreender a fisionomia do sujeito implicado nela. Trata-se de uma complexa trama implícita no processo de construção do conhecimento tecnológico que norteia o mundo. Compete, portanto, aos professores conhecer essa questão, para adequar posturas e métodos a um modelo que coincide com práticas educativas atuais e com a inclusão de novas tecnologias de informação e comunicação. Com a inclusão sócio-educativa, a mediação adquire um caráter de grande importância, uma vez que situa três questões imprescindíveis no processo de construção do conhecimento: o aluno, como sujeito que aprende; o professor como mediador; a cultura, os signos como ferramentas a serem empregadas. Sendo assim, de acordo com Vygotsky (1987), o princípio que regula a dinâmica implícita nessa trama conceitual é a interação social. Trata-se de um modelo pertinente em tempos de educação inclusiva, onde a interação é o princípio essencial. De acordo com o autor, se o conhecimento é múltiplo, variado, não estanque; se o processo de transmissão de ensinamentos não se restringe às escolas, mas se dilui pelas malhas da rede social, é de grande importância que se repense todo o processo de formação de professores, em diferentes níveis, para atuar no contexto dessa sociedade do conhecimento. É fundamental que as Políticas Públicas estejam comprometidas com os processos formativos, com os recursos advindos das novas tecnologias, preparando o educador para uma atitude aberta perante o mundo, pronto para aceitar o novo e a promovê-lo, ajudando a desenvolver nas pessoas com quem se relaciona um processo de subjetivação autônomo e singular; em outras palavras, o educador deve estar preparado para o principal desafio que se lhe coloca hoje, que é o de produzir novas potencialidades. (VYGOTSKY, 1987, p. 71) Isso requer mudança de paradigmas, movimento, busca de aproximações com linguagens contemporâneas, com novos domínios, com as novas tecnologias da  informação e comunicação, que são capazes de produzir mudanças nas práticas pedagógicas. Significa, no entanto, como menciona Freire (1971), não perder de vista o caráter provisório do conhecimento, suas possibilidades emancipatórias e democratizantes, que incluem considerações sobre distintos contextos sociais. A interlocução é a chave para abrir portas na subjetividade conformista, ao insistir que os homens são essencialmente sujeitos de comunicação. O desafio que se impõe é o estudo dos meios de comunicação, incorporando as manifestações da cultura e as novas tecnologias da informação como partes integrantes do currículo, nas diferentes áreas do conhecimento. A educação deve-se aproximar desses lugares culturais, nos quais as crianças e os jovens, assim como os adultos encontram hoje muitas de suas referências. O desenvolvimento tecnológico de nossos tempos acarreta mudanças no desenvolvimento cognitivo, social, comunicacional e cultural dos sujeitos envolvidos no processo educativo. Segundo Oliveira (2001): Para que haja comunicação é necessário um entendimento do sistema que é o conjunto de partes integrantes e interdependentes que, conjuntamente, formam um todo unitário com determinado objetivo, efetuando determinada função. O dado é qualquer elemento identificado em sua forma bruta que, por si só não conduz a uma compreensão de determinado fato ou situação. Portanto, a informação é o dado trabalhado que permite ao educador, tomar decisões. (OLIVEIRA, 2001, p. 36) A sociedade contemporânea requer a formação global dos indivíduos, para que ocorra a adaptação às rápidas mudanças tecnológicas. O ser humano de nosso tempo necessita dominar conceitos básicos de aprendizagem, exercitar outros conceitos básicos que incluem a ética e a cidadania. Deve ter o direito assegurado para utilizar novas tecnologias de informação, hoje consideradas como imprescindíveis no processo de construção do conhecimento. De acordo com Lévy (1993), é possível delimitar três grandes momentos da história do conhecimento, marcadas por suas tecnologias específicas. O primeiro refere-se ao pólo da oralidade primária, típico do momento civilizatório em que a humanidade ainda não dominava as tecnologias da escrita. O conhecimento era transmitido pela palavra, momento esse designado como mitológico. O segundo refere-se ao pólo da escrita, com todo o impacto que essa tecnologia gera sobre o saber humano.  O terceiro é o pólo midiático-informativo, no qual adentramos na segunda metade do século XX. Esse último vislumbra possibilidades para o conhecimento de modo veloz. Pode-se afirmar que a oralidade engendra um saber do tipo narrativo, baseado na ritualidade; a escrita apresenta um saber próprio, baseado na interpretação. A informática possibilita um saber operacional, baseado na simulação através de modelos, ou de previsões. A teia de informações que emerge das tecnologias de comunicação acrescenta novas terminologias e permite compreender, conceituar um dos eixos imprescindíveis no processo de construção do conhecimento, bem como no ensino e na aprendizagem: o pensamento em rede. Conforme Castells (1999) trata-se de uma interface estruturada em pólos, com diferentes funções, que são: a produção ou composição de dados, a transmissão digital e as funções de armazenamento. Esses pólos funcionam como complexos de interface para o processo de aprendizado em rede, ou seja: a capacidade de estabelecer conexões simultâneas em uma dinâmica de recepção, tratamento dos dados pela reflexão e a transmissão de novos dados que se compõem pelo aprendizado de novas argumentações. (...) Questiona-se então como não integrar as tecnologias e não ressignificar os paradigmas do processo ensino e aprendizagem, se a própria condição humana está sendo influenciada na sua amplitude pelas novas tecnologias e suas possibilidades. O processo de construção do conhecimento, de acordo com as novas tecnologias, considera as características de flexibilidade e de virtualidade. Assim, pensando nessas questões, entende-se que o processo educativo atualmente passa pela interface da relação homem-técnica. Segundo Perrenoud, (2000), na  perspectiva pedagógica, a importância das novas tecnologias da informação e da comunicação está além dos interesses econômicos para o ser humano.(...) Ao falar nas novas tecnologias é importante referir que a maioria da população, no Brasil, ainda possui acesso restrito, ou nenhum acesso a elas. Não se pode deixar de considerar as novas iniciativas públicas atuais que, em um tempo breve, possivelmente, sejam capazes de democratizar plenamente o acesso, criando novas oportunidades e possibilidades de consumo de tecnologias. A sociedade em que vivemos afastou-se da sociedade industrial ao construir a sociedade da informação, ou, mais especificamente, a sociedade do conhecimento. O contexto associa características de revisão contínua, um grau crescente de complexidade. Conhecimento e educação passam a exercer um novo fascínio. As tecnologias da informação devem estar presentes não apenas na educação, mas em outras esferas da vida humana. Não é a tecnologia que determina a sociedade; a sociedade é que escreve o curso da transformação tecnológica, uma vez que o processo de descoberta científica possibilita à sociedade entender diferentes representações implícitas nas ferramentas tecnológicas. As novas tecnologias da informação resultam da integração de possibilidades técnicas que já experimentamos, e que permitem a ressignificação de práticas já superadas, bem como o incremento da rapidez no processo de informações, a codificação e a transmissão da informação graças à digitalização, ao cabo óptico e aos satélites. Portanto, pode-se dizer que na realidade, o mundo contemporâneo exige mudanças na formação dos indivíduos. É necessário redefinir as funções da escola, adequando os saberes transmitidos e construídos às necessidades e demandas da sociedade atual."

Participando do debate:
Para você professor, qual a importância da tecnologia e informática na educação?

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